segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Agora os ornitorrincos

ornitorrinco

O macho de ornitorrinco de bico de pato furioso pode espetar o inimigo e injetar uma grande e potente dose de veneno, forte o suficiente para matar um dingo na hora. As armas são duas esporas calosas, uma em cada pata traseira, escondidas em meio à pelagem.
No entanto, o ornitorrinco de bico chato e pés palmados que vive perto dos rios do leste da Austrália, tem poucos inimigos além dos homens e dos dingos. Por isso, é um mistério essas suas armas de defesa estranhas e eficientes.
Homens e dingos surgiram na terra depois dos ornitorrincos, de forma que suas armas mortíferas podem ter sido desenvolvidas como defesa contra inimigos já extintos. Ou talvez fossem usadas para resolver disputas territoriais entre os machos, tendo se tornado mais úteis para defesa.
ornitorrinco nadando



Um mês após o acasalamento, a fêmea do ornitorrinco põe dois a três ovos numa toca na beira d'água e enrosca o corpo em torno dos ovos para chocá-los.
Entre o acasalamento e a postura, as glândulas mamárias da mãe crescem até cobrirem sua barriga.
Quando os ovos irrompem, após serem chocados por dez dias, ela amamenta os bebês, de 13mm de comprimento, com o leite que flui por sua pelagem, pois esses mamíferos não têm tetas.
ninho de ornitorrinco

Os jovens ornitorrincos permanecem na toca, dependentes do leite materno por três meses. Cada vez que a mãe sai em busca de comida, ela fecha a entrada da toca para impedir a ação de predadores, como cobras.
Após saírem da toca, os filhotes continuam alimentando-se de leite por mais duas semanas, até desmamarem, passando para uma dieta composta de seres aquáticos, como camarões.
ornitorrinco no rio
amizade


Apesar desses pontos em comum, existem entre os mamíferos aparência e hábitos tão diferentes que chega a espantar o fato de serem da mesma grande classe.
Os mamíferos dividem-se em duas subclasses.
Numa delas, a dos mamíferos placentários, o homem está incluído, ao lado dos peludos macacos e dos gorilas, todos pertencentes à mesma ordem dos Primatas. Como primatas, somos aparentados com os macacos; como placentários, temos relações de parentesco muito mais extensas, abrangendo animais como o elefante, a baleia, o rinoceronte, o tamanduá, o coelho, o gato, o morcego e outros familiares. Como mamíferos, enfim, não se pode esquecer que também somos aparentados ao canguru e ao ornitorrinco.
O ornitorrinco constitui, com as équidnas, a ordem inferior dos mamíferos. Vive na Austrália e Tasmânia e possui características de ave e de réptil; tem bico e patas semelhantes aos dos patos e, como estes, é aquático e põe ovos.
Mas seus ovos crescem dentro do útero materno e o alimento, fornecido pelo organismo da mãe, atravessa a casca. Isso não acontece com aves e répteis, que não têm útero. Mas, como as aves, o ornitorrinco tem um bico córneo, e isso impede movimentos de sucção. O filhote ingere o leite que escorre pelos pêlos, chupando-o.
cavalo
Os primeiros mamíferos surgiram há mais de 150 milhões de anos. Mas o domínio da Terra pertencia então aos gigantescos répiteis, no apogeu de seu desenvolvimento. A extinção da maioria destes, no fim da Era Secundária, permitiu que os mamíferos se difundissem e ocupassem a superfície terrestre. No início da Era Terciária, há cerca de 70 milhões de anos, assumiram papel de importância no cenário da vida animal. Pelo tamanho e organização, apresentavam condições ideais de sobrevivência onde os grandes répiteis haviam perecido.
Hoje, os mamíferos são encontrados em todas as regiões do globo. Ocupam a água, a terra e até o ar. Alguns podem voar, como o morcego, cujos membros dianteiros se atrofiaram e cujas mãos, de dedos muito desenvolvidos e ligados por membranas, se transformaram em asas.
Em todos os mamíferos, os dois pares de membros são adaptados à função de locomoção. Assim, os que foram viver na água desenvolveram membros que permitissem o deslocamento nesse meio: a foca tem quatro nadadeiras; a baleia tem os membros posteriores atrofiados, enquanto os anteriores permaneceram curtos, semelhantes a nadadeiras.
A presença de pêlos é outra característica marcante dos mamíferos. É quase possível defini-los como animais pilíferos, portadores de glândulas mamárias. Mas esta definição não é absolutamente exata, pois algumas espécies aquáticas não têm pêlos na fase adulta. Na escolha da alimentação, há mamíferos com todos os gostos:carnívoros, insetívoros, herbívoros e onívoros.